domingo, 2 de novembro de 2008

Crise financeira americana não atinge Hollywood


LOS ANGELES - A atual crise financeira que sofrem os Estados Unidos parece não ter repercussão em Hollywood, que prevê colocar em produção mais de 40 filmes entre a primavera e o verão do ano que vem, apesar da sombra de uma greve ainda pairar sobre a indústria.
Como adiantou a revista "Variety" esta semana, os grandes estúdios já garantiram centenas de milhões de dólares para o financiamento de estréias previstas para 2010 e 2011, entre as quais se destacam filmes muito esperados, como "Avatar", de James Cameron, e "Iron Man 2", de novo com Robert Downey Jr. como protagonista.
Outras produções cercadas de grande expectativa que sairão neste período são "Edwin A. Salt", com Angelina Jolie; "Alice in Wonderland", de Tim Burton; "A-Team"; "RoboCop", de Darren Aronofsky; "Thor", de Kenneth Branagh; a segunda parte de "Sex and the City" e "Nottingham", a nova colaboração entre Ridley Scott e Russell Crowe.
A "Variety" afirma que esta movimentação supõe "o fim de fato da greve do sindicato de atores", uma paralisação que nunca foi oficializada, mas que provocou o fato dos estúdios terem segurado o sinal verde a grandes projetos desde outubro de 2007.
A AMPTP deixou claro que, a menos que houvesse uma mudança drástica na economia, aquela oferta seria impossível de ser mudada, como lembrou esta semana o site "The Hollywood Reporter".
Pessoas ligadas à entidade disseram à revista que a proposta continuará em cima da mesa pelo menos até 18 de outubro, quando a direção do SAG vai se reunir e decidir se autorizará uma votação a respeito do começo da greve.
A principal questão que impede o acordo é a quantidade de receita que os atores receberão pela comercialização de DVDs e outros formatos surgidos com as novas tecnologias.
- Quando existe a ameaça de uma greve, como já aconteceu em novembro passado com o sindicato de roteiristas, os estúdios se apressam e tentam concluir o quanto antes as produções que têm em mãos - disse à Efe Eduardo Martínez, economista da Corporação de Desenvolvimento Econômico do condado de Los Angeles.
- Mas os estúdios são multinacionais e se a situação econômica do país se alongar até o Natal ou início do próximo ano, aí é que vai ser visto o verdadeiro problema e será duro para empresas como Sony e Universal ficarem imunes à crise dos créditos - acrescentou Martínez.
Todd Lindgren, vice-presidente de comunicações da empresa privada FilmL.A. Inc, que dá as autorizações para filmagens na cidade, afirmou à Efe que Hollywood "historicamente, sempre respirou otimismo por sair bem de qualquer crise".
- As pessoas querem fugir da realidade e se distanciar dos problemas reais, e é melhor que seja com todos esses filmes que, com certeza, farão que entre muito dinheiro em Los Angeles e darão trabalho a milhares de pessoas - concluiu

Nenhum comentário: